
Em algumas regiões do país, o valor máximo chegará a R$ 170 mil
Aguardada há mais de um ano, a medida que aumenta o valor máximo do crédito imobiliário financiado com recursos do FGTS dentro do programa Minha Casa, Minha Vida foi aprovada nessa quarta-feira, dia 2. A correção atende à reivindicação das construtoras e, na prática, pode ampliar a extensão de interessados e também fazer com que a compra dos imóveis pese mais no bolso.
Para Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, o teto passou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Para municípios como Santa Maria ou Caxias do Sul, no interior do Estado, por exemplo, o valor máximo será de R$ 130 mil. As regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Brasília terão o maior preço: R$ 170 mil.
A justificativa do Conselho Curador do FGTS, que aprovou a medida ontem, é proporcionar a equivalência aos valores do mercado imobiliário e cobrir o déficit na habitação popular. O valor estava congelado há três anos. Desde então, houve aumento no preço dos terrenos, dos insumos básicos e da mão de obra.
Mas a correção desse teto não foi acompanhada de um reajuste nos subsídios bancados com dinheiro do fundo e não houve aumento da renda das famílias que podem ser beneficiadas pelo programa.
Cerca de 80 mil unidades foram contratadas no RS
Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS), Paulo Vanzetto Garcia, a ampliação do teto aumentará o leque de interessados em adquirir imóveis pelo programa, além de facilitar a execução dos projetos.
– A mudança dos valores recoloca o programa na velocidade e dimensão previstas na sua criação.
Desde 2007, foram contratadas aproximadamente 80 mil unidades pelo Minha Casa, Minha Vida no Estado, estima Garcia. Do total, cerca de 20% foram em Porto Alegre. Grande parte dos imóveis foi construída nos municípios da região metropolitana de Porto Alegre e em cidades como Caxias do Sul e Santa Maria.
Na avaliação de especialistas, o preço no mercado tende a se ajustar ao teto estabelecido pelo governo. Se antes um morador de São Paulo, por exemplo, comprasse imóvel de R$ 130 mil e obtivesse o maior subsídio, de R$ 23 mil, financiaria até R$ 107 mil em 25 anos. Agora, o total financiado pode chegar a R$ 147 mil.
– As construtoras se sentem mais à vontade de colocar o valor do imóvel mais próximo do teto com a alegação de aquecimento do mercado – critica Marcelo Tapai, advogado especializado em direito imobiliário.
Segundo a secretária de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, o governo estuda revisão dos subsídios, mas não haverá aumento do valor máximo.
– Temos a política de subsídios mais generosa. Em nenhum lugar do mundo se dá quase um terço do valor do imóvel em subsídio.
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