SÃO PAULO - As vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista devem crescer 5% em 2011, acompanhando o ritmo previsto para o PIB do país. A projeção é do Departamento de Economia do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). As vendas e lançamentos de unidades populares destinadas à classe média devem continuar em destaque, o que demandará cada vez mais agilidade na liberação do crédito, ressalta o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.
Já a comercialização de imóveis de luxo e daqueles voltados à classe média alta deve permanecer estável. Outra tendência é o aumento da oferta de imóveis residenciais e salas comerciais disponíveis para locação.
Ao fazer um balanço da década, o presidente do Secovi-SP, João Crestana, avalia que o Brasil passa por um momento de consolidação do crédito imobiliário como negócio, com a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) apresentando bons indicadores de crescimento. Para 2011, a entidade projeta que serão investidos mais de R$ 65 bilhões de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Apesar do crédito em abundância este ano, o executivo afirma que o setor intensificará os debates com bancos públicos e privados e a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) para atrair novas fontes de recursos para a produção e aquisição de imóveis, com o objetivo de atrair o mercado de capitais e instrumentos de captação de mais longo prazo. A perspectiva é de esgotamento dos recursos da poupança para financiamento imobiliário em 2013, alerta Petrucci.
Sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, que impulsionou a venda de imóveis em 2010, Crestana chamou atenção para a necessidade de readequação do valor limite dos imóveis enquadrados, atualmente de R$ 130 mil.
Outro desafio enfrentado pelo setor é a escassez de terrenos em condições favoráveis para a incorporação. 'São Paulo vai ter de fabricar terrenos', afirmou Crestana,defendendo o aumento do coeficiente de aproveitamento dos terrenos na capital paulista. Isso é possível, por exemplo, com a ampliação da ocupação de áreas com infraestrutura instalada e ociosa, como a região central de São Paulo.
O presidente do Secovi-SP também espera que, em 2011, empresários, entidades da construção civil e o governo aumentem os investimentos na formação de mão de obra especializada, outro importante gargalo do setor.
(Ana Luísa Westphalen | Valor)
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